Aposentadoria Especial na Justiça:Confira as etapas do Processo

Seja por falta de um planejamento previdenciário ou até mesmo em razão de algum erro do próprio INSS, não é raro receber um indeferimento da Aposentadoria do Especial.
Assim, uma opção muito eficiente e buscada para reverter essa negativa é ingressar com um Processo Judicial, em outras palavras: “entrar na Justiça”.
Em razão de ser uma categoria de aposentadoria especial, este é um dos benefício mais indeferidos, principalmente por conta da falta de comprovação da atividade especial.
Dessa forma, se você já teve a negativa do INSS ou de outro órgão de previdência no caso dos servidores públicos, e gostaria de entender mais como funcionará o seu processo na Justiça, fique comigo até o fim deste artigo.
Como funciona a Aposentadoria Especial?
A aposentadoria especial é um benefício que tem como objetivo proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores que estão expostos a agente nocivos ou perigosos.
Em outras palavras, o trabalhador está submetido à condições tão degradantes que podem afetar diretamente a saúde e até mesmo a sua vida.
Por isso, nada mais justo para quem está exposto desta forma, ter uma forma mais facilitada de se aposentar.
Assim, a lei define que o trabalhador pode ficar exposto de duas formas:
Insalubridade:
- Agentes físicos;
- Agentes químicos;
- Agentes biológicos.
Periculosidade
- Atividade que geram riscos de morte ao trabalhador.
Assim, dependendo da sua atividade, você pode receber a Aposentadoria Especial por Insalubridade ou a Aposentadoria Especial por Periculosidade.
Quais profissões dão direito à aposentadoria especial?
Preciso te dizer que, hoje, não existe uma lista que estabelece quais profissões terão direito à aposentadoria especial.
Entretanto, nem sempre foi assim.
Até 28/04/1995, essa lista não só existia, como bastava apenas apresentar a CTPS (carteira de trabalho) para comprovar a atividade especial.
Ou seja, até esta data, o direito à aposentadoria especial era por enquadramento profissional.
Com isso, o anexo II do decreto 83.080/79 , trazia um rol de profissões, entre elas:
- médicos, dentistas, enfermeiros;
- caminhoneiros;
- metalúrgicos;
- britador;
- operador de raio-x;
- soldador;
- químicos industriais;
- metalúrgicos;
- carregador de explosivos;
- entre outros.
Dessa forma, as pessoa que realiza alguma dessas profissões até 28/04/1995, muito provavelmente você adquiriu o direito à aposentadoria especial por enquadramento profissional.
Entretanto, após essa data, com a lei 9.032/95, a comprovação do direito à aposentadoria especial passou a ser por um documento chamado Perfil Profissiográfico Previdenciário, conhecido como PPP.
É importante que você saiba que esse é o principal documento para comprovação de exposição em atividade especial.
Justamente porque o PPP é um documento que reúne informações sobre as condições de trabalho e exposição a agentes prejudiciais às saúde do trabalhador.
Além do PPP, outro documento importante para comprovar as condições no ambiente de trabalho, é o LTCAT, que é o Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho.
Principais motivos para o INSS negar a Aposentadoria Especial
Como você viu acima, a aposentadoria especial tem uma série de critérios, entre eles, a comprovação da atividade especial.
Dessa forma, conforme os casos que costumam aparecer aqui no escritório, estes são os principais motivos pelos quais a aposentadoria é negada:
1. Falta de documentação que comprove atividade especial
De longe, essa é a principal causa de indeferimento das Aposentadorias Especiais no INSS.
Isso porque, por alguns motivos, o INSS não reconhece o período de atividade especial.
Quando falamos em Aposentadoria Especial, o principal documenta que irá comprovar o seu período especial é o PPP.
A ausência de PPP ou apresentação errada deste documento pode acarretar em um indeferimento da sua Aposentadoria Especial.
O Perfil Profissiográfico Previdenciário, conhecido como PPP, é um documento exigido pelo INSS para você pedir a aposentadoria especial.
Nesse documento, são listadas informações sobre o seu trabalho, as suas atividades, se você era ou não exposto a risco e à agentes nocivos que prejudicaram a sua saúde e integridade física.
Ainda, no PPP, deve conter informações sobre os equipamentos de proteção individual (EPI), se você os recebeu, quais recebeu e se eles realmente serviram para te proteger.
Assim, esse documento é fundamental para você pedir a sua aposentadoria especial do INSS, já que, essa requer a comprovação de tempo de serviço em atividades nocivas à saúde do trabalhador.
2. Não reunir algum dos requisitos
A ausência de um dos requisitos ensejará a negativa do seu benefício.
Isso acontece, na maioria das vezes, quando o segurado dá entrada no seu pedido sem realizar um planejamento previdenciário.
Dessa forma, em razão de não ter recebido as melhores instruções acerca dos requisitos para conseguir a aposentadoria do especial, infelizmente, o benefício é negado.
Apesar de ser previsto em lei que o INSS deve orientar o trabalhador sobre qual a forma de aposentadoria mais benéfica para ele naquele momento, não é isso que acontece na prática.
Além do mais, sendo sincero com você, o trabalhador não é obrigado a depender apenas de uma fórmula complexa criada pelo INSS, com base em leis difíceis de entender.
E com isso, por não ter realizado o planejamento adequado, o segurado faz o requerimento da sua aposentadoria na primeira oportunidade, sem considerar outros fatores importante.
3. Erros cometidos pelo INSS
Por fim, um motivo muito comum para a aposentadoria de professor ser negada é o cometimento de erros por parte do INSS, sejam por conta do déficit de servidores no INSS, ou até mesmo alguma falha no sistema.
Assim, é essencial que o seu pedido já esteja o mais correto possível.
Por isso, é essencial apresentar uma documentação completa e organizada, a fim de evitar dor de cabeça no futuro.
Etapas do Processo Judicial da Aposentadoria do Especial
1.Análise inicial com um Advogado Especialista
O primeiro passo é buscar por um advogado especializado em direito previdenciário para avaliar e identificar a sua situação.
É nesta etapa que o especialista analisará qual a melhor regra de aposentadoria para o seu caso, com o intuito de buscar o benefício mais vantajoso.
Aqui também será necessário coletar os documentos necessários da atividade especial, que comprovem o tempo de serviço, contribuições previdenciária etc.
Vale dizer que está uma das partes mais importantes, uma vez que entender a particularidade de cada trabalhador com o objetivo de quadrar o caso na melhor regra, é o diferencial que deixa a concessão da sua aposentadoria cada vez mais perto.
2. Elaboração da Petição Inicial
Embora pareça um termo mais técnico, a petição incial nada mais é do que o primeiro documento formal que levará ao juiz o seu caso.
Nele, são apresentados os fatos, os direitos que se busca, bem como os pedidos e provas que serão necessárias produzir no processo.
Ademais, a Petição é protocolçada na Justiça Federal ou no Juizado Federal, que é a Justiça compete para julgar causas que encolvem o INSS.
3. Distribuição do Processo
Depois de iniciar a ação com a petição inicial, o processo é distribuído para uma vara (federal ou estadual) competente.
Com isso, o processo recebe um número e é formalmente registrado no sistema judicial.
Caso esteja tudo certo com a petição incial e o juiz veja que não está faltando nenhuma informação importante, o processo seguirá para a resposta do INSS ou do órgão previdenciário.
4. Resposta do INSS/ Órgão Previdenciário
Após a distribuição do processo, o INSS será comunicado formamente sobre a existência de um processo judicial, do qual ele figura como réu.
É nesta etapa que o INSS deve apresentar sua defesa, dentro do prazo estabelecido, e dizer o motivo de não concordar com os argumentos do pedido.
5. Fase de Instrução
Posteriormente, ambas as partes podem soliciar a produção de provas, como a oitiva de testaemunhas ou até mesmo a apresentação de novos documentos relevantes.
No caso do trabalhador especial, na grande maioria das vezes, a produção de provas é realizada de forma documental, através do PPP, ainda, caso seja necessário, a perício na empresa em que o trabalhador exerceu suas atividades especiais.
Porém, nada impede que seja realizada uma audiência para que seja ouvidas as testemunhas, inclusive, outros trabalahdores, a fim de comprovar o direito à Aposentadoria do Especial.
6. Sentença
Essa é parte mais aguardada por qualquer pessoa que ingressa com uma ação judicial.
Isso porque, após a fase de instrução, o juiz proferieá a sentença, decidindo se o professor tem ou não direito ao benefício solicitado.
Claro, esperamos que a notícia aqui seja boa e que a Aposentadoria Especial seja concedida.
Porém, não podemos dizer que o processo acaba aqui, pois tem a possibilidade de alguma das partes que não concorde com a decisão, interpor um recurso, a fim de “mudar” a sentença proferida.
Com isso, o Tribunal julgará o recurso, podendo manter, modificar ou até mesmo anular a sentença de primeiro grau.
7.Cumprimento da Sentença
Encerrada a fase de interpor recurso, e o professor vencer o processo, inicia-se a fase de cumprimento da sentença, na qual o INS/ órgão previdenciário será obrigada a implementar a aposentadoria, conforme ficou decidido.
Sem dúvidas, esta é umas das melhores fases do processo, pois será o tão aguardado momento em que o benefício finalmente será concedido.
Assim, além da Aposentadoria que será paga mensalmente, o professor terá direito também aos valores atrasados, desde quando fez o requerimento do benefício.
É importante que você entenda que o pagamento desses retroativos é realizado por meio de Requisição de Pequeno Valor (RPV) ou Precatório, dependendo do valor a ser pago.
8. Finzalização do Processo
Agora sim podemos dizer que o processo chegou ao fim, pois, uma vez cumprida a sentença, o processo é extinto.
Quanto tempo dura um processo de aposentadoria na Justiça?
Cada situação pode variar a duração do processo judicial, podendo o tempo total ser influenciado por diversos fatores, como a complexidade do caso, a necessidade de produção de provas e a quantidade de recursos interpostos.
Com isso, de maneira geral, os processo judiciais para a concessçao de aposentadoria do professore dura em média 10 meses.
Possibilidade de ter o melhor benefício com a ajuda de um bom advogado
Com a Reforma da Previdência, passou a existir diversas regras novas, inclusive para aqueles profissionais que pretendem se aposentar ainda em 2023.
E para conseguir o benefício mais vantajoso para o seu caso, o especialista poderá realizar um estudo prévio que aponta a melhor época para você pedir a sua aposentadoria especial.
Neste planejamento, o advogado previdenciarista analisará os possíveis cenários para a sua aposentadoria, conforme as regras vigentes, te entregando uma estimativa de como será o seu benefício a longo prazo.
Para você entender melhor, vou listra aqui alguns dos benefícios do planejamento previdenciário para quem deseja se aposentar com a aposentadoria especial:
- Aposentar-se no momento certo;
- Garantir o melhor benefício possível;
- Saber o valor no qual irá se aposentar;
- Contribuir de forma estratégica;
- Antecipar eventuais problemas que podem ser resolvidos antes.
Conclusão
Dar entrada na sua tão aguardada aposentadoria e evitar dores de cabeça, apesar de parecer impossível, saiba que com o auxílio de um profissional especialista por ser bem provável!
Se você preocupa com o seu futuro e deseja evitar surpresas na hora de receber o seu benefícios, é mais que recomendado que você procure um bom profissional para analisar o seu caso!
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